O tempo seco faz as queimadas se espalharem por Rondônia. Equipes de fiscalização da Secretaria do Meio Ambiente estão constatando no campo que muitos incêndios são propositais.
Em todos os dias de agosto Rondônia amanheceu com a fumaça das queimadas encobrindo o sol. Com o clima quente e seco, a equipe de fiscalização percorre as empoeiradas estradas de chão. Nas linhas vicinais do Distrito de Triunfo, distante cerca de 80 quilômetros de Porto Velho, estão os visíveis flagrantes de crimes ambientais.
Na primeira propriedade, uma placa mostra autorização de corte com plano de manejo. Mas não é o que se vê no local. Até mesmo as castanheiras, árvores protegidas por lei, foram queimadas. O valor da multa é proporcional ao tamanho da destruição.
“Pela queimada, serão R$ 1 mil por hectare. Pela derrubada, serão R$ 5 mil por derrubada. A gente calcula mais de R$ 1 milhão”, diz o agente ambiental José Gaston.
Até metade do mês de agosto já foram registrados oito mil focos de incêndio em Rondônia. Essa é quase a mesma quantidade do total de agosto do ano passado, quando foram registrados 10 mil focos. Segundo a fiscalização ambiental do estado, se continuar neste ritmo, a situação pode ficar igual à de 2010, quando houve recorde no número de queimadas.
A devastação é muito maior em outro grande lote de terras. As toras de árvores cortadas ainda estão em processo de queima. Cerca de 350 hectares foram incendiados de forma proposital.
“São pontos pontuais, feitos para que o fogo tomasse uma grande proporção, em cima de uma derrubada ilegal”, diz o agente ambiental Paulo Araújo.
Em 2010, ano que mais registrou queimadas em Rondônia, foram 16 mil focos de incêndio só em agosto.