KANINDÉ

Reuniões com líderes indígenas, comunitários e governo marcaram a vinda de Bianca Jagger a Rondônia

Bianca Jagger cumpre extensa agenda na Amazônia. Depois de passar pelo Pará e antes de participar do Fórum Mundial da Sustentabilidade em Manaus ela veio à Rondônia para conhecer a tribo Paiter Suruí. “Vim conhecer o projeto de sustentabilidade e oferecer apoio a esses povos. Além disso, fiz questão de vir conhecer pessoalmente os impactos causados por essas duas usinas em construção no rio Madeira”, disse Jagger.

Durante a reunião na Terra Indígena sete de setembro em Cacoal com o líder Paiter Almir Suruí, que é conhecido internacionalmente pela luta contra a exploração ilegal de madeira e pela preservação do meio ambiente, Bianca mostrou a preocupação com os indígenas, cada vez mais ameaçados e falou da importância do apoio do governo. “Se o governo tiver uma ação positiva para trabalhar em defesa desses povos, em defesa do nosso meio ambiente, que já estão tão degradados, Rondônia poderá ser um exemplo para os outros estados, a partir de uma ação compartilhada. Em parceria e com diálogo, podemos fazer um plano que seja modelo”, disse Almir Suruí.

Segundo a fundadora e conselheira da Kanindé, Ivaneide Bandeira, mais conhecida como Neidinha, em Rondônia existem 23 terras indígenas demarcadas e mais sete em processo de demarcação. “Além das terras indígenas, temos o entorno delas. As usinas que estão sendo construídas aqui, são para levar energia para o Sul e Sudeste, estão apenas usando as nossas riquezas. Para nós, sobram os danos sociais e ambientais. Imagine se construírem mais usinas? Temos um espaço tão rico, tão belo. A Bahia sobrevive da cultura, do turismo, porque em Rondônia não pode ser assim? Guajará-Mirim é uma cidade histórica, mas nunca foi investido em turismo na região”, questionou Ivaneide.

Eliezer de Oliveira, gerente de programas da Kanindé e um dos coordenadores do Movimento Hip Hop da Floresta, disse que Bianca se comparou a um megafone para as minorias, se referindo aos artigos em apoio aos direitos das crianças, mulheres, prisioneiros no corredor da morte e populações indígenas que Bianca escreve e publica. “Bianca Jagger faz parte do Conselho Diretor da Anistia Internacional dos Estados Unidos. Ela tem uma Fundação que integra o Tribunal Penal Internacional. Há pelo menos 30 anos luta pela causa dos direitos humanos. Tem sido uma voz ativa em prol da sociedade mais vulnerável”, destacou Eliezer.

Na reunião com o secretário chefe da casa Civil, Juscelino Amaral, foram discutidos vários temas. “Eu tenho a visão social de termos uma sociedade mais feliz e humanizada. Vejo essa parceria entre o governo e a comunidade em seus diversos segmentos e representações, essa cooperação existe”, disse Amaral.

À tarde, na última parte da agenda, Bianca Jagger se reuniu com líderes de associações da região dos bairros diretamente impactados pela construção da Hidrelétrica de Santo Antônio no Rio Madeira. Ela fez uma visita de barco a área impactada e viu as casas que foram desocupadas por causa da erosão.

“A vinda de Bianca Jagger vai nos ajudar a levar para o mundo o que está acontecendo aqui em Porto Velho”, ressaltaram em coro os líderes de associações comunitárias que participaram da visita.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Kanindé

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on email

Posts recentes

Ver tudo

Encontro reúne mais de 100 jovens indígenas em Porto Velho

Por Ana Laura Gomes . Entre os dias 12 e 15 de janeiro, Porto Velho…

Movimento da Juventude Indígena participa de intercâmbio com jovens extrativistas do Lago do Cuniã

O objetivo foi promover um intercâmbio entre os movimentos e incentivar a maior participação política…

Edital – Construção de Agroindústria para beneficiamento de castanha

Porto Velho, 27 de Outubro de 2023 COTAÇÃO DE PREÇOS/EDITAL No 10/2023 /KANINDÉ A Associação…