O encontro dos trabalhadores, trabalhadoras e povos do campo, das águas e das florestas, que reúne sete mil trabalhadores esta semana em Brasília (DF), discute a implantação de um modelo de desenvolvimento alternativo para o País, baseado no documento de propostas para um desenvolvimento em contraponto ao agronegócio.
O documento propõe a efetivação da reforma agrária, acesso à terra, fortalecimento da agricultura familiar, fomento à produção agroecológica e orgânica. O objetivo é criar uma identidade conjunta, que contemple a realidade dos povos e respeite a diversidade das categorias.
Ao citar o agronegócio como agente devastador do meio ambiente e “que vê como empecilho as comunidades do campo para o desenvolvimento”, Elisângela Araújo, coordenadora geral da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) reafirmou que não é esse modelo que os movimentos defendem.
“A nossa luta passa pelo desenvolvimento do território com sustentabilidade e soberania alimentar. Isso se faz com ampla reforma agrária, que gera distribuição de renda e produção de alimentos saudáveis”, disse.
A coordenadora também pontuou o fortalecimento das associações e cooperativas, a reestruturação das políticas de crédito como pontos estruturantes para um novo padrão de sociedade. Para ela, o país precisa inserir a agricultura familiar e camponesa como fator estratégico para o desenvolvimento socioeconômico.
O bispo emérito de Goiás e conselheiro da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Dom Tomás Balduino, elogiou a iniciativa dos movimentos do campo de organizar o Encontro Unitário. “Esta mobilização é muito oportuna e urgente visto que o adversário instalado no empresariado rural e na bancada ruralista do Congresso quer, a todo custo, enfraquecer vocês pela desunião e pelo isolamento”, disse Dom Tomás, em carta enviada à organização do encontro que acontece no Pavilhão do Parque da Cidade, em Brasília.
Pedro César Batista
Assessor de Comunicação
Grupo de Trabalho Amazônico – GTA
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