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Porto Velho vai ficando menos verde

 Cerca de 178 árvores do tipo Ficus, plantadas na avenida Tiradentes, no Bairro Embratel na Capital, serão cortadas e substituídas por outras da espécie Ipê. A derrubada, segundo a Secretaria Municipal de de Serviços Básicos (Semusb), é necessária em razão de que as árvores atuis estarem danificando a rede de drenagens a infraestrutura das vias, causando pontos críticos de alagações, com qualquer intensidade de chuva. Parte do montande dessas árvores já foram retiradas, um processo que iniciou no último dia 4 de outubro sem previsão de finalização.

A retirada das árvores foram autorizadas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema). Segundo o secretário da Semusb, Ricardo Fávaro, as raízes das árvores estão obstruindo a passagem da água da chuva nas galerias e manilhas, proporcionando alagações em vários pontos do município. “Além de danificar, as raízes também estão entupindo toda a rede, o que proporciona alagamentos em diversos pontos da cidade”, explicou o secretário.

As árvores da espécies Ficus, plantadas ao longo da avenida Tiradentes e em diversos pontos da cidade, quando plantada no solo, fora do vaso, suas raízes agressivas destroem galerias pluviais, de esgoto e até fiações enterradas.

Neste primeiro momento serão retiradas as árvores do início da Jorge Teixeira, até as proximidades de uma concessionária localizada na avenida Tiradentes. O segundo passo será a reconstrução da rede de drenagem e por último, serão replantadas outros tipos de árvores selecionadas pela Sema, de caráter urbanístico, que irão substituir às extraídas sem danificar a malha viária da região.

substituição

Segundo o secretário da Semusb, o trabalho será de substituição, pois no lugar das retiradas serão plantadas árvores com raízes menos agressivas, do tipo Ipê, jambeiros e sibipirunas. A prefeitura possui aproximadamente 7 mil árvores no viveiro municipal.

Ricardo Fávaro adiantou que após os trabalhos da avenida Tiradentes, as avenidas Rio de Janeiro e Migrantes serão os próximos locais que receberão os serviços. O secretário destaca que toda ação foi embasada em estudos de técnicos da área ambiental.

Crea diz que retirada é necessária e foi discutida

De acordo com o engenheiro florestal do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Rondônia (Crea-RO), Joel Magalhães, a motivação que leva a prefeitura a executar a retirada da arborização urbana, está fundamentada no Código de Meio Ambiente do Município de Porto Velho, regulamentado pela Lei Complementar n° 138, de 28 de Dezembro de 2001, que estabelece critérios técnicos e urbanísticos para processar a arborização dos logradouros da Capital. “A Sema coordenou e realizou um seminário no município, com a participação de todas as representações de entidades direta e indiretamente afetadas na questão ambiental”, disse Magalhães. De acordo com ele, as espécies de árvores que serão plantadas na cidade foram escolhidas nos encontros. “Os ipês, oiticica, entre outros, cujas as espécies têm características apropriadas ao processo de urbanização. Ou seja, árvores que tenham sistemas profundos e de poucas ramificações, afim de evitar rachaduras em calçadas e danificações de pavimentação asfáltica, entre outros danos que árvores com raízes que não sejam deste tipo provocam”, explicou o engenheiro.

Segundo Joel Magalhães, as espécies selecionadas tem como atributo a altura compatível com a rede de fiação elétrica e de telecomunicações (fios de telefones), assim como forma de copa ampla para gerar sombreamento e cumulativamente a produção de frutos de pequenas dimensões, afim de evitar danos aos veículos, como também acidentes aos pedestres.

“O Seminário resultou que a condução do processo de arborização na Sema seja gerida por um engenheiro florestal e por outros técnicos igualmente habilitados para exercer a atividade, mas visando a multidisciplinaridade necessária para o sucesso deste tipo de ação”, concluiu o conselheiro Joel Magalhães.

C2 CORTE ÁRVORES DE NATUREZA NA AV. TIRADENTES . 14102013 JOTA GOMES (16) copyMoradores aprovam retiradas

Radígio Ferreira da Silva, morador há 34 anos do bairro Embratel, afirma ser a favor da retirada de árvores. “Gosto de plantas, mas nesse caso elas estão prejudicando a gente. Toda vez que chove é um caos, nossa rua fica alagada. Meu carro já deu vários problemas devido a água que invade a rua e entra pela descarga do veículo”, disse Silva.

De acordo com o aposentado Raimundo Costa, a comunidade concorda com a retirada das árvores do local. “É bonito essa imagem com várias árvores, porém, apenas nós que moramos aqui sabemos o que sofremos quando chove. A rua fica alagada e a água invade nossas casas e destroe nossos móveis e imóveis. Já perdi muitos itens devido a água que invade minha residência, assim como vários vizinhos”, destaca Costa.

O empresário Edson Farias afirma que os moradores não gostaram da notícia da retirada das árvores, mas após as explicações da troca das mesma por outras que não irão prejudicar a população todos concordaram. “O problema é que eles não informaram da substituição, só depois ficamos sabendo que elas serão trocadas após o término da obra”, finalizou Farias.

 

TEXTO: Paulo dos Santos FOTOS: Jota Gomes/Diário da Amazônia

Email: paulo@diariodaamazonia.com.br

Twitter: @DiarioAmazonia – Facebook: Diário da Amazônia

Fonte URL: http://diariodaamazonia.com.br/porto-velho-vai-ficando-menos-verde/

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