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Mulheres indígenas Suruí participam da oficina sobre processamentos de alimentos

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Cacoal, promoveu entre os dias 26 a 28 de abril uma oficina de processamento de alimentos com indígenas Paiter Suruí. O trabalho foi realizado em parceria com a Associação Metareilá e reuniu 30 mulheres das aldeias Pin Paiter, Tikã, Lobó, Lapetanha, Joaquim, Amaral e Placa-14.
Nessa oficina a Engenheira de Alimentos e professora do IFRO, Iramaia Ferreira, trabalhou com o processamento de banana, fruta amplamente produzida nas aldeias. “É importante promover uma oficina com aquilo que é abundante e de fácil acesso a essas mulheres. Desta forma, elas identificam neste fruto novas possibilidades econômicas ou mesmo para o uso em sua rotina doméstica”, apontou Iramaia.
As indígenas aprenderam a utilizar banana ainda verde para produzir farinha e biomassa usados para fazer biscoitos e vitaminas. “Estes alimentos são funcionais do tipo prebiótico, que melhoram a função intestinal e diminuem os índices de colesterol sanguíneo”, esclarece a professora. As mulheres indígenas também produziram o purê de banana, chips de banana, balas de banana, além de bolos e tortas de banana.
“O curso superou as expectativas. Foi excelente, muito proveitoso. As indígenas ficaram motivadas e animadas para a próxima oficina. Segundo a ONU os povos indígenas sofrem com a vulnerabilidade, pois, existe a desigualdade na educação, na distribuição de terras, no emprego e outros fatores. O projeto visa preencher parte dessa lacuna atendendo demandas da educação e reduzindo a desigualdade”, revelou Iramaia.
ENSINO
O projeto da oficina também envolve estudantes do curso Técnico em Agroecologia do IFRO, Campus Cacoal. Uma delas é Amanda Gonçalves, que está no terceiro ano e esteve na aldeia para auxiliar no trabalho. “Escolhi participar por dois motivos principais. O primeiro é a aquisição de conhecimento e depois a oportunidade de ajudar o próximo, pessoas que precisam. Gostei muito da ideia de estar com os índios”, ela contou.
A estudante explica que antes de ir para a Aldeia houve uma fase teórica, onde ela e outra colega se dedicaram a estudar receitas que envolvessem o uso da banana para depois repassar as índias. “Foi a primeira vez que eu participei indo a uma aldeia e foi uma experiência especial. Elas estavam muito interessadas e são muito curiosas. Perguntavam muito sobre as receitas, mas também queriam saber sobre o IFRO ou sobre os nossos estudos”, narrou Amanda.
Ao final do curso as índias participantes receberam um kit com avental, touca e uma apostila com todas as receitas que elas aprenderam durante o curso. “Acredito que essa oficina vai contribuir muito com o dia-a-dia delas, além do fato de poderem comercializar essa produção e formar uma nova fonte de renda. Elas são muito rápidas em aprender e tudo ficou muito gostoso”, garantiu a aluna.
Fonte: Jornal Rondonia Vip

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