KANINDÉ

Manifesto de repudio da falta da fiscalização da Terra Indígena Sete de Setembro

Sempre soubemos nos calar, respeitar a competência dos órgãos responsáveis que garantem a manutenção da educação, saúde e fiscalização nos territórios indígenas. Também soubemos no manifestar a nosso modo com respeito e responsabilidade. Mais uma vez lá vamos nós clamar por proteção de nosso território.

No ano de 2009, Quando sentimos nossa integridade ameaçada pelos invasores nos comunidade da linha 12 tomamos coragem e manifestamos e denunciamos a extração de madeiras no interior da terra indígena Sete Setembro município de Cacoal RO (na época na gestão de Valmir de Jesus, ADM substituto da FUNAI local). Isso resultou com que o povo Surui realizasse várias reuniões e Elaboramos vários documentos e ofícios para Órgãos competentes solicitando apoio e fiscalização na Terra indígena Sete Setembro.

De 2009 até o primeiro semestre de 2010 houve paralisação total da extração de madeiras no interior da Terra indígena. Barreiras montadas pela FUNAI nos pontos estratégicos (linha 7 e linha 14 aldeia placa). Fazem o monitoramento com intenção de impedir o acesso de invasores no interior da terra indígena. Parece que isso não tem sortido efeito. Até por que há existência de colonos meeiros e madeireiros no interior da terra indígena, sem que a FUNAI nada faça para retirá-los, embora tenha sido denunciado.

Á pedido de colonos que querem ampliar seus cafezais, bananais e serrar madeiras para próprio beneficiam, alguns indígenas recorrem a FUNAI solicitando uma autorização para tal individuo com a justificativa de que o colono irá fazer derrubada de mais ou menos dois hectares para fazer  a roça indígena, já que a fiscalização da FUNAI não toma nenhuma atitude para impedir e  não faz o acompanhamento da atividade do colono invasor na Terra Indígena este aproveita derruba vários hectares e  rouba a  madeira da terra indígena, com a conivência da FUNAI.

Já os madeireiros, conseguiram adentrar no interior da terra indígena Sete Setembro pelo município de Pacarana já que subornaram indígenas Surui moradores de aldeias daquela região. A FUNAI e Policia Federal local são sabedores disso, mais até o momento quase nada fizeram para impedir a invasão.

Soubemos que houve uma fiscalização com a FUNAI, Policia Federal e Força Nacional, que foi um completo desastre e onde 5 indígenas que são os envolvidos com o roubo ilegal de madeira, impediram a equipe de fiscalização de atuar. Não dar para entender como isto pode ocorrer com forças policiais e a FUNAI!

Há uma semana ouvimos dizer que existe garimpagem crandestina com acesso por uma fazenda na proximidade da linha 15 também no interior da Terra Indígena. A grande questão é porque os órgãos competentes não se manifestam, não atuam e quando fiscalizam tem medo dos infratores?

Perguntamos isto porque as lideranças Paiter Surui já enviaram documentos pedindo apoio para manter o monitoramento e a fiscalização da Terra Indígena Sete de Setembro.

Parece-nos que as autoridades competentes, apóiam ou são coniventes com a exploração ilegal da Terra Indígena Sete de Setembro, pois todos são conhecedores das ilegalidades que estão sendo praticadas no interior do território.

Pena que os indígenas que aceitam suborno não têm ainda a plena consciência de que apóiam a ilegalidade e a atitude dos órgãos responsáveis por manter a lei, só colabora para manter a impunidade e manter os indígenas na criminalidade.

O território que sendo explorado de forma sustentável, dentro do que permite a normas ambientais e legais traz beneficios  a todo o povo Paiter Surui, ao municipio e aos Estados de Rondônia e Mato Grosso, mais da forma como estar sendo permitido aos invasores, infratores e ladrões de madeira e de terra,  com influencia dos invasores sobre alguns indígenas da região de Pacarana e da Linha 14, só trará prejuízo a toda a população do povo indígena Paiter Surui e prejudicará o desenvolvimento do Plano de Gestão de 50 anos do Povo Paiter Surui já que as ações neste propostos são a longo e médio prazo.

O Parlamento Paiter Surui, busca o dialogo com todos e procura contribuir para melhorar a atuação do Governo brasileiro na implementação das políticas públicas e em suas decisões de planejamento de ações para os territórios indígenas no Brasil, a exemplo do Projeto de Carbono Surui, que embora esteja pronto ainda aguardamos a posição da FUNAI.

Queremos alertar que não podemos aceitar e ser coniventes com invasões e os crimes cometidos em terra indígena sejam por funcionários de órgãos públicos ou por indígenas.

E que esperamos que a Polícia Federal, a FUNAI e o IBAMA atuem na defesa das terras indígenas, e que no caso da Terra Indígena Sete de Setembro, retire todos os invasores e pune aqueles que cometem crimes ambientais ou que permitem que o crime ocorra no interior do território indígena.

Esperamos que este manifesto surta efeito e que as autoridades possam tomar providencias e acabar de uma vez por toda com a essa ilegalidade no interior do território indígena Sete Setembro.

Naraykosar Julio Surui

Labiway do parlamento Surui

Cacoal, 13 de setembro de 2011.

Fonte URL: http://wwww.

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