KANINDÉ

Kaninde realiza Oficina de planejamento do Plano de Manejo da Resex do Rio Cautário em Costa Marques

A oficina de planejamento para a realização do Plano de manejo da Reserva extrativista do Rio Cautário foi na comunidade Canidé. A área de 75.124,93 hectares está integrada no ARPA, o programa de áreas protegidas da Amazônia. Com o apoio desse programa a Sedam começa a elaborar os planos de manejo das unidades de conservação do estado. “A primeira a ter o plano de manejo em todo o Estado é a Resex do Rio Cautário localizada nos municípios de Costa Marques e Guajará-Mirim”, explicou Jorge …… Através de um processo de licitação a Associação de defesa Etnoambiental Kanindé foi escolhida para elaborar o plano de manejo junto à comunidade. Moram na Resex cerca de 70 famílias em várias comunidades ao longo do rio Cautário. O primeiro passo é a oficina de planejamento que reúne informações e o desejo das famílias que moram na Resex para a montagem do mapa do etnozoenamento. Para elaborar o mapa, os cerca de 60 moradores da reserva foram divididos em quatro grupos. Nos grupos eles pensaram e discutiram como está a reserva hoje e como gostariam que fosse. Hoje a Resex do Rio Cautário recebe toda a pressão de invasão de madeireiros, garimpeiros e pessoas que vem para a reserva pescar ilegalmente. A resex do Rio Cautário funciona como uma barreira para a Reserva federal do Rio Cautário, o Parque Nacional da Serra da Cutia e as terras indígenas Rio Guaporé e Uru eu wau wau. Depois de dois dias de discussões em grupo e nas plenárias os moradores da reserva definiram as seis zonas indicadas no mapa: zonas de amortecimento, uso restrito, produção sustentável, recuperação, uso público/turismo e de uso intensivo. “Eu quero continuar morando na reserva, porque eu gosto de viver aqui e quero que meus filhos continuem vivendo aqui”, declarou o presidente da associação Aguapé, Raimundo Lopes que representa os seringueiros da Resex do Rio Cautário.  Da mesma opinião compartilharam dezenas de moradores que aprovaram em assembleia o mapa construído. “Esta é uma ferramenta indispensável num trabalho como este, que privilegia a ampla discussão entre os maiores interessados” explicou a mediadora Ivaneide Bandeira da Associação Kanindé, referência na região norte nesse tipo de planejamento.  Além de definir o nome de cada área, foram definidos os objetivos, as normas de uso, resultados esperados, indicadores que vão dizer se os resultados foram alcançados e finalmente as atividades que serão desenvolvidas para atingir os objetivos. Os moradores também desenharam e escolheram a logomarca que vai representar a Resex do Rio Cautário daqui pra frente. O desenho eleito foi feito por um jovem da comunidade.  Isaias Lopes escolheu o ouriço da castanha para representar a logo. “Eu escolhi a castanha porque o produto é um dos mais extraídos da reserva. Dentro do ouriço estão representados a seringa, a flora e a fauna ricamente encontrada na reserva”, explicou Isaias Lopes. A logomarca está sendo digitalizada pelo designer gráfico e fotografo da Kaninde e usada em materiais produzidos pela Kaninde durante as pesquisas. O próximo passo é o levantamento de campo, que será realizado entre os meses de junho e julho, também com o apoio dos moradores da região. “Pelo menos oito pesquisadores e vinte moradores estarão diretamente envolvidos na etapa de campo, sem contar os outros moradores envolvidos na logística. Nesta etapa devemos ficar cerca de vinte dias dentro da Resex do Rio Cautário”, esclareceu Israel Vale coordenador do plano de manejo da resex do Rio Cautário.

 
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