O líder da tribo Suruí fez os primeiros contatos para este avanço no Global Greens |
O jovem líder da tribo, Almir Narayamoga Suruí, acredita que, até 2038, o negócio possa gerar de R$ 2 milhões a R$ 4 milhões, anualmente, recursos suficientes para manter uma estrutura de boa qualidade de vidae de saúde dos integrantes da tribo e ao mesmo tempo, preservar as matas nativas em suas terras, entre Rondônia e Mato Grosso. Pela primeira vez, uma tribo amazônica terá lucros com a commodity de créditos de carbono. Moradores de Rondônia, os índios Paiter-Suruís, pretendem montar um fundo sustentável para projetos locais. A idéia nasceu no Global Greens, evento que aconteceu em São Paulo há 4 anos, onde o líder Suruí iniciou os contatos: este evento reuniu então lideranças verdes de 89 países, representantes do blog Folha Verde News, Padinha e Aguinaldo Lazarini também estavam presentes neste encontro mundial do PV que foi no Memorial da América Latina, lá conheceram variadas lideranças e dialogaram também com Almir Narayamoga Suruí, que estava em busca duma alternativa de solução para seus problemas. Usar a terra dos índios para a exploração ilegal de madeira já foi uma prática comum. Mas, hoje em dia, conservar a natureza é um negócio mais rentável, além de ser sustentável, compensa em termos econômicos e ecológicos. E foi percebendo isso, que os Paiter-Suruís optaram por se dedicar ao controle do desmatamento em seu território.
Uma nova forma para captar dinheiro e ao mesmo tempo preservar recursos naturais |
A tribo Suruí também está desenvolvendo agora o Primeiro Parlamento Indígena |
Duas certificações internacionais foram concedidas à tribo, na semana passada, o que permite fechar contratos para a geração dos créditos de carbono. Este é o primeiro plano indígena de Redd (Redução de Emissões por Desmatamento), que é uma forma de compensar financeiramente a manutenção de florestas tropicais, a receber os selos VCS (Verified Carbon Standard) e CCB (Climate, Community and Biodiversity).
O dinheiro arrecadado será aplicado em uma espécie de "fundo soberano" e destinado às atividades econômicas sustentáveis, como o turismo e a produção agrícola nas áreas já desmatadas. O líder da tribo, Almir Narayamoga Suruí, acredita que, até 2038, o negócio possa gerar de R$ 2 milhões a R$ 4 milhões, anualmente. Desenvolvido com o apoio da ONG Idesan de Manaus, o Projeto de Carbono Florestal Suruí foi negociado por quatro anos. O selo VCS garante que a tribo segue uma metodologia criteriosa para avaliar a redução das emissões, já o CCB mostra que o projeto não afeta a biodiversidade ou os direitos dos índios. Atualmente, 30 contratos de compra de créditos de carbono fechados por variadas aldeias de índios estão sendo investigados pela Funai (Fundação Nacional do Índio) e pela Advocacia-Geral da União. Um exemplo de acordo errôneo é o que foi estabelecido entre a empresa irlandesa Celestial Green e os líderes Mundurucus, do Pará, detalhes contratuais do convênio acabam proíbindo a tribo de usar a própria terra. Mas no caso dos índios Paiter-Suruís foram tomados todos os cuidados para o convênio ser bom para todos e em especial para a natureza. Ter a orientação de ecologistas especializados (Idesam de Manaus), negociarem todos os pormenores do convênio e esperarem a validação dos selos para assinar os contratos foram pontos positivos, que garantiram que o projeto Suruí fosse hoje apoiado pela Funai e autoridades governamentais do Meio Ambiente, lançando uma nova fronteira de prática da ecologia, iniciando a implantação duma economia sustentável nas terras dos índios.
O dinheiro arrecadado será aplicado em uma espécie de "fundo soberano" e destinado às atividades econômicas sustentáveis, como o turismo e a produção agrícola nas áreas já desmatadas. O líder da tribo, Almir Narayamoga Suruí, acredita que, até 2038, o negócio possa gerar de R$ 2 milhões a R$ 4 milhões, anualmente. Desenvolvido com o apoio da ONG Idesan de Manaus, o Projeto de Carbono Florestal Suruí foi negociado por quatro anos. O selo VCS garante que a tribo segue uma metodologia criteriosa para avaliar a redução das emissões, já o CCB mostra que o projeto não afeta a biodiversidade ou os direitos dos índios. Atualmente, 30 contratos de compra de créditos de carbono fechados por variadas aldeias de índios estão sendo investigados pela Funai (Fundação Nacional do Índio) e pela Advocacia-Geral da União. Um exemplo de acordo errôneo é o que foi estabelecido entre a empresa irlandesa Celestial Green e os líderes Mundurucus, do Pará, detalhes contratuais do convênio acabam proíbindo a tribo de usar a própria terra. Mas no caso dos índios Paiter-Suruís foram tomados todos os cuidados para o convênio ser bom para todos e em especial para a natureza. Ter a orientação de ecologistas especializados (Idesam de Manaus), negociarem todos os pormenores do convênio e esperarem a validação dos selos para assinar os contratos foram pontos positivos, que garantiram que o projeto Suruí fosse hoje apoiado pela Funai e autoridades governamentais do Meio Ambiente, lançando uma nova fronteira de prática da ecologia, iniciando a implantação duma economia sustentável nas terras dos índios.
Fonte URL: http://wwww.folha.com
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