KANINDÉ

Indios de oito etnias de Rondônia, Mato Grosso e Amazonas participam do primeiro curso de agente ambiental indígena de Rondônia

O curso básico de agente ambiental indígena, que está sento realizado no centro de formação da Associação de defesa etnoambiental Kanindé começou ontem, dia 3 e termina no dia 20 de maio. Os trinta indígenas (foto) são de oito etnias de Rondônia, norte do Mato Grosso e sul do Amazonas. Todos fazem parte do corredor Tupi Monde, envolvendo os povos indígenas Suruí, Cinta Larga, Zoró e do corredor Tupi Kawahiva com o povo indígena Jiahui. O primeiro módulo que terá a duração de dois dias é sobre conservação de valores naturais e culturais. A ação faz parte de um projeto em parceria e valorização da cultura. No primeiro dia de curso os indígenas demonstraram em exercícios práticos a importância de valorização da cultura através da dança e de rituais como a partilha de alimentos (foto) em que um cesto fica no centro e os índios que chegam da caça dividem o que conseguiram com outros membros da tribo. A participação, na maioria das vezes, é feita na própria língua, uma forma de valorizar a cultura também.
 

O curso é oferecido pela Equipe de Conservação da Amazônia – ACT Brasil, em parceria com a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, Associação Metareilá, associações indígenas, FUNAI. Essa atividade esta inserida no Consórcio Garah itxa – Corredores Etnoambientais na Amazônia Brasileira formado pela parceria da Equipe de Conservação da Amazônia – ACT Brasil, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB, Instituto Internacional de Educação do Brasil– IEB, Kanindé – Associação de Defesa Etnoambiental, Metareilá – Associação do Povo Indígena Suruí trata de desafios chaves para a conservação e gestão territorial por meio de duas inovações que ilustram a abordagem conceitual e estratégica a serem adaptadas. A primeira inovação envolve a reformulação do conceito de corredores biológicos e sua transformação em “corredores etnoambientais” que diretamente incorporam as ações de povos indígenas na conservação. A segunda envolve o desenvolvimento e implementação de uma metodologia integrada para trabalhar com assuntos relacionados à conservação por povos indígenas.
 

O curso tem como público alvo os indígenas que atuam na proteção dos recursos naturais e culturais de seu território. O objetivo principal é capacitar indígenas para desenvolver atividades de proteção, vigilância e fiscalização nos seus territórios, esta ultima em parceria com os órgãos competentes.
 

Através de um processo de construção de conhecimento, o curso espera unir aspectos teóricos e práticos a partir da experiência das possíveis instituições parceiras (Secretaria de Desenvolvimento do Meio Ambiente – SEMA, Policia Militar Ambiental, Corpo de Bombeiros, Faculdade São Lucas – FSL, Universidade Federal de Rondônia – UNIR, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais e Renováveis – IBAMA, Instituto Chico Mendes da Biodiversidade – ICMBio, Ministério Publico Federal – MPF, Fundação Nacional do Índio – FUNAI e associações indígenas). Contribuindo para a eficiência da atuação dos povos indígenas na proteção de seu território, de forma que sejam também multiplicadores de atitudes de proteção e conservação da diversidade biológica e cultural.
 

Os alunos terão contato com conhecimentos para exercer atividades de controle e vigilância, como expedições de monitoramento, a situação dos recursos naturais e despertando no seu povo a consciência da importância da proteção e da valorização dos recursos naturais e culturais.
 

A estrutura curricular é composta por oito módulos sendo trinta e uma disciplinas oferecidas dentro de uma carga horária de 180 horas, sendo o primeiro módulo de CONSERVAÇÃO DOS VALORES NATURAIS E CULTURAIS; o segundo como CONSERVAÇÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS; o terceiro por PRIMEIROS SOCORROS; o quarto por LEGISLAÇÃO BRASILEIRA; o quinto por GEOPROCESSAMENTO; o sexto por VIGILÂNCIA; o sétimo por USO PÚBLICO EM ÁREAS PROTEGIDAS; e o oitavo COMBATE E MANEJO DO FOGO.
 

Ao concluírem o curso de agente ambiental indígena os aprovados receberão o certificado desde que cumpram os critérios estabelecidos.
 

 
 
 
Fonte: Comunicação Kanindé
Fonte URL: .
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on email

Posts recentes

Ver tudo

Encontro reúne mais de 100 jovens indígenas em Porto Velho

Por Ana Laura Gomes . Entre os dias 12 e 15 de janeiro, Porto Velho…

Movimento da Juventude Indígena participa de intercâmbio com jovens extrativistas do Lago do Cuniã

O objetivo foi promover um intercâmbio entre os movimentos e incentivar a maior participação política…

Edital – Construção de Agroindústria para beneficiamento de castanha

Porto Velho, 27 de Outubro de 2023 COTAÇÃO DE PREÇOS/EDITAL No 10/2023 /KANINDÉ A Associação…