KANINDÉ

Fórum Syd, da Suécia, conclui visita em Rondônia

Foram cinco dias de visita aos projetos financiados pelas ONG Amigos da Terra da Suécia. Foram dezenas de reuniões para mostrar ao coordenador de projetos do Fórum Syd, organização do governo sueco, que financia projetos de ONGs da Suécia em vários países.

Um dos trabalhos é em conjunto com a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé. Além das reuniões no centro de formação e no escritório da Kanindé, Thomas Lustig, representante do Fórum Syd, pode ver de perto o trabalho da Kanindé nas aldeias. A primeira visita foi a TI Uru eu aw aw no Alto Jamari, no município de Jaru. Em seguida Thomas e a equipe da Kanindé foram para a TI Juma, no sul do Amazonas, o mais recente trabalho do projeto Amigos da Terra da Suécia em parceria com a Kanindé, no sul do Amazonas. A chegada foi à noite. Thomas jantou com o grupo Juma e ainda durante o jantar conversou com os indígenas.

“Os Juma estão retornando a terra depois de 14 anos afastados. O grupo foi levado pela FUNAI para a TI Uru eu aw aw depois do massacre que quase exterminou os Juma. E agora estamos apoiando, junto com a FUNAI, o retorno. Era um desejo antigo dos Juma”, salientou Israel coordenador geral da Kanindé.

“A aldeia está começando a se estruturar. Era nesse lugar que os Juma viviam antes de serem levados para a terra dos Uru eu aw aw. Queremos proporcionar uma estrutura pra eles”, se compromete Raimundo Parintintin, coordenador técnico local da FUNAI em Humaitá. A casa já está feita, mas não é do jeito Juma, queremos uma igual os nossos antepassados faziam, explica Mandeí Juma, a filha do meio do cacique Aruká, que deve herdar a liderança do povo Juma. O cacique, também conhecido como Bahu, é Aruká, que já está com 80 anos. Para os visitantes ele dança, mostrando que está feliz de retornar a sua terra.

Para agradecer o apoio da ONG Amigos da Terra através do governo sueco, Aruká tece um paneiro, uma espécie de bolsa de palha, para o visitante Thomas Lustig.

O velho cacique Aruká tece o cesto sob o olhar atento de Mandeí. Um dos traços do projeto Vozes da Floresta, coordenado pela Kanindé, é justamente a recuperação da cultura e a valorização.

Os Juma estão retomando o seu território e hoje além das três mulheres Juma, Boreha, Mandei e Maitá, seus maridos Jupaú da etnia uru eu aw aw e seus filhos pretendem ficar na terra e recuperar o tempo que perderam, mantendo a tradição dos Juma, mesmo sendo a menor tribo do Brasil.

 

Fonte: Kaninde

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