KANINDÉ

Carta Reivindicação do Povo Jiahui à FUNAI e ao Ministério Público.

" Nós povo indígena Jiahui mediante os fatos ocorridos na Transamazônica. Os jiahui são vizinhos de território Tenharim sofremos o ataque sem ter culpa de nenhuma situação do que estão comentando, assim estamos presos aqui na aldeia sem poder ir e vim e estamos sem proteção solicitamos das autoridades competentes que tomem providencias em proteção a este povo que estão sendo ameaçados pelos não indígenas, com o fato ocorrido estamos presos na aldeia já estamos sem alimentação, sem medicação, sem assistência médica , mulheres, idosos e crianças estão doentes desta forma com o acontecimento estamos muito sem roças e sem alternativa do nosso modo de vida pedimos com urgência segurança para autoridades competentes segurança para nossas famílias em nosso território o mais breve possível desde já contamos com o apoio o mais rápido possível para que não venham acontecer algo ruim com o nosso povo ".

 

NOTA SUL DO AMAZONAS

Após o processo violento ocorrido na cidade de Humaitá, os povos indígenas do Sul do Amazonas, criminalizados em um contexto de discriminação étnica somada a interesses econômicos espúrios, continuam tendo os seus direitos violados, agora em decorrência da situação de isolamento e fome pelas quais estão passando em seus territórios. Eles precisam de ajuda imediata incluindo cestas básicas e medicamentos.

Em parceria com a FUNAI de Humaitá, a Associação de Defesa Etnoambiental –Kanindé e a Equipe de Conservação da Amazônia-ECAM, parceiros das comunidades indígenas Jiahui e Parintintim, estão providenciando de forma imediata 200 cestas básicas para os 1.270 pessoas indígenas do complexo Tenharim, Parintintin e Jiahui.

Esta ajuda é apenas o início de um apoio cuja perspectiva é o prolongamento pelos próximos quatro meses, uma vez que a infraestrutura e os serviços básicos foram inviabilizados. Também as condições de segurança alimentar, por meio da produção autônoma de seus alimentos, precisa ser reestabelecida, pois aldeias tiveram suas roças destruídas pela ação de vândalos.

A Kanindé e ECAM, além de buscarem atuar juntamente com as instituições públicas nas ações emergenciais, também estão estruturando outros apoios ao Povo Jiahui, entre eles a assessoria jurídica e a implementação de estratégias de médio prazo como o envio de sementes e mudas para as aldeias afetadas.

Contexto

No dia de Natal, centenas de moradores de cidade de Humaita atacaram e queimaram as instalações da Funai e da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena). Mais de cem indígenas se refugiaram no quartel do Exército na cidade. No dia seguinte a violência continuou, quando uma caravana de moradores do vilarejo Santo Antônio do Matupi, a 180 km de Humaitá, saiu pela Transamazônica trazendo destruição as aldeias indígenas.

 

Para saber mais:

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/01/1393366-sem-poder-ir-a-cidade-por-medo-de-agressoes-indios-tenharim-sofrem-com-a-falta-de-comida.shtml

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/01/1392241-por-orientacao-da-pf-e-da-funai-indigenas-evitam-a-cidade-de-humaita.shtml
 

Fonte: Associação do Povo Jiahui

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