Durante séculos o mundo conviveu com a ideia da Amazônia como lugar de rara presença humana. É uma noção que tem origem em descrições de viajantes e cientistas dos séculos 17 e 18 e que atravessou o século 20. Nas últimas décadas, descobertas arqueológicas revelaram outra perspectiva: a de que a Amazônia, até a chegada dos europeus, era uma região com cidades populosas, redes de estradas, sociedades hierarquizadas e manejo sofisticado de plantas e solo.
Grandes cidades
Foi por volta de 1542 que o frei espanhol Gaspar de Carvajal descreveu “grandes cidades” à beira dos rios da região, no primeiro relato europeu do tipo. Carvajal era cronista da pioneira expedição do explorador Francisco de Orellana, que desceu o rio Amazonas a partir dos Andes. Uma destas cidades ficava no exato local onde hoje se ergue Santarém, fazendo da metrópole paraense um assentamento urbano muito mais antigo que sua data de fundação oficial, 1661. “As margens do rio Amazonas eram densamente ocupadas”, diz Eduardo Neves, Professor Titular de Arqueologia Brasileira da USP e um dos principais pesquisadores do passado amazônico.
por Camilo Rocha – confira na íntegra